Em “Alumbramento” Djavan descobre a arte da parceria para suas composições. Mestres como Aldir Blanc, Cacaso e Chico Buarque, três dos mais importantes letristas da música brasileira, cada um no seu estilo, se rendem às quebradas rítmicas das obras de Djavan.

Nesse trabalho, o músico prova que tem pares, que dialoga com a tradição da música brasileira. Que pode ser carioca, sambista, suburbano com Aldir Blanc. E reflexivo, interiorano, mineiro quase como Cacaso, em “Lambada de serpente”.

Na linha de sambas diferentes que vinha marcando sua música até aqui, Djavan apresenta “Sururu de capote”, musicalmente tão importante e tão característico de seu trabalho que, a partir daquela época, seria também o nome da banda que o acompanharia nos palcos.

O samba-canção “Sim ou não” e a toada “Dor e prata”, também letra e música de Djavan, são exemplos de como o compositor estava inspirado e de como as parcerias eram uma ótima opção.

“Alumbramento”, que dá título ao terceiro LP, é o resultado de uma bela parceria com Chico Buarque. Na letra, Chico parece querer mergulhar no universo de Djavan. Curioso é como, a canção conta a história do alumbramento do próprio Djavan: a descoberta da verdadeira relação de amor, que é a parceria de trabalho, e a descoberta de uma relação mais aberta com a música brasileira, para além do seu próprio universo poético musical.

Mas o maior sucesso desse álbum seria, inclusive, uma canção só sua, letra e música, “Meu bem querer”, que logo entrou para o rol de clássicos do cancioneiro brasileiro.